Durante o século IX tribos de beduínos entraram na Palestina e ocuparam os pequenos centros, fato que forçou a migração de da população para as grandes cidades. Membros de uma seita formada no século anterior, os Caraítas, ocuparam Jerusalém. Eles rejeitavam o hebraísmo rabínico e aceitavam somente as Sagradas Escrituras. Muitos judeus lutaram para terem o direito de estabelecer suas datas festivas, direito este adquirido após reivindicação do chefe da principal Yeshivá no país. A Babilônia passa a reconhecer a jurisdição dos judeus neste assunto.
No século X, até a Primeira Cruzada (1099), os fatímidas governaram o Egito e a Terra de Israel. Muitos conselheiros judeus serviram no Cairo. Devido à enorme cobrança de impostos na Palestina aos não-maometanos, muitos judeus migraram para as grandes cidades em busca de melhores condições de vida. Comunidades judaicas surgiram em Ashkelon, Muqaddasi, Gush-Halav, Akko e sobre o lago Hule. Um dos feitos mais importantes deste século pode ser o término da Massorá, um exame minucioso e completo das Escrituras Sagradas, feito principalmente em Tiberíades.
O século XI foi marcado pelo massacre de judeus e pela destruição de comunidades judaicas. Primeiro por causa do domínio do Califa Al-Kakim (fatímida), que destruiu sinagogas e igrejas. Depois pelo domínio dos seldjúcidas (turcos que possuíam império no Iraque e na Pérsia) e depois pelo domínio dos Templários, após a Primeira Cruzada em 1099. A comunidade judaica migrou de Jerusalém para Ramle. A passagem dos Cruzados deixou um rastro de destruição. As comunidades judaicas de Hebron, Haifa e Jerusalém, assim como as comunidades muçulmanas foram massacradas pelos Cruzados e muitos foram enviados para a Europa como escravos. Mais tarde, os judeus conseguiram resgatá-los da Europa. Comunidades distantes da guerra como Rafah, Gaza, Ashkelon e as dos Sinai Setentrional floresceram como comércio com os Egípcios. Há algumas passagens de resistência e bravura dos judeus de Haifa contra os Templários.
O século XII pode-se dividir a relação entre judeus e templários de duas formas: no início os Templários destruíram cidades, templos e escravizaram os judeus. Depois, interessados em comércio e lucro, os Templários se aproximaram dos judeus e fizeram algumas concessões para estabelecerem uma convivência melhor e assegurarem o comércio na região. Muitos judeus moraram durante este século nas cidades de Ashkelon, Rafah, e regiões do norte da Galiléia. Benjamim de Tudela, que visitou a Terra de Israel entre 1167 e 1173 registrou ter encontrado judeus próximos à Torre de David, Akko, Tiberíades, Cesaréia, Jaffa, Ramle, Ashkelon e comunidades rurais da Galiléia. Em Ashkelon, Tudela encontrou duzentos rabbanim, quarenta caraítas e trinta samaritanos. Em todo o país, neste século pode-se afirmar que havia cerca de 2,5 mil judeus.
Dedico aqui um parágrafo especial ainda sobre o século XII. Foi em 1165 quem o Rambam (Maimônides), médico, jurista, filósofo e talmudista emigrou da Espanha para Akko. Após a invasão dos Templários em Akko, o Rambam emigrou para o Egito, onde escreveu vários de seus textos e chegou a ser médico da corte de Saladino. Após a morte de Maimônides, devido a seu último pedido, seu corpo foi sepultado em Tiberíades, local de peregrinação até os dias atuais. Vale ressaltar também que em 1191, após conquista de Jerusalém por Saladino, o Islã voltou a dominar a Terra de Israel e os judeus voltaram a ter mais liberdade. Fato que fez com que judeus da França, Inglaterra e parte do Norte da África se estabelecessem em Jerusalém. (continua...)
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