domingo, 20 de fevereiro de 2011

Vinte Séculos de Vida Judaica na Terra de Israel (Parte 2)...

O Século VI foi marcado por mudanças e crescimento de Israel. Tiberíades se tornou o principal centro de comércio e espiritual  da região. Zeutta fugiu da Babilônia, após a crucificação de seu pai (Zeutta) que havia proclamado um Estado Judeu Independente na Babilônia, situação que durou sete anos até Karad, rei da Pérsia, mandar crucificá-lo. A chegada de cristãos e pessoas muito ricas e influentes gerou na Palestina um forte crescimento, a ampliação de Sinagogas como: Beit Alfa, Havat, Jericó, Ashkelon e Gaza. Em Negev foram fundados vários centros. Mas, Justiniano que reinou de 527 a 565 fortificou fronteiras, proveu as cidades de água e construiu igrejas, além de criar duras normas contra os judeus e as incorporou no Codex Theodosianus.

No início do século VII os Persas atacaram e conseguiram, com o apoio dos judeus, derrotar o Império Bizantino e manter a independência contra Roma e Bizâncio. Os judeus voltaram a morar em Jerusalém e esta fase boa durou apenas três anos. Em 617 os persas começaram a perseguir os judeus e a retirar todas as concessões dadas. Em 629, Heráclito derrota os persas e é recebido com alívio pelos judeus. Um pacto de proteção aos judeus é firmado, mas depois de forte pressão da Igreja o pacto foi quebrado e os judeus expulsos de Jerusalém, muitos foram processados e assassinados. A situação melhorou quando os árabes, liderados pelo califa Omar, tomaram a região e conquistaram Jerusalém.

Os judeus da Terra de Israel passaram por várias restrições e medidas vexatórias, mas durante o domínio árabe no século VII, alguns acordos e pactos foram firmados, família puderam estabelecer residência em Jerusalém, a guarda do Monte do Templo foi dada aos judeus e uma Sinagoga pode ser construída em frente à Gruta de Mahpelah (local onde os patriarcas e suas esposas estão enterrados).

O início do século VIII foi um período de paz para os judeus em Israel. Os judeus que moravam em países árabes sofreram repressão e migraram para as margens do Jordão e para Jericó. Os que habitavam Israel, em troca de guardar o Muro e a Cúpula da Rocha (Mesquita de Omar), os judeus de Israel ficaram isentos de pagar impostos.  Este período de bom relacionamento entre árabes e judeus em Israel terminou no final deste século quando os abássidas passaram a imperar na região. Discriminações, perseguições e restrições fizeram com que muitos judeus migrassem de Israel para Frustat (Cairo antigo) onde fundaram uma nova comunidade.

(Continua...)


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vinte Séculos de Vida Judaica na Terra de Israel (Parte 1)...

Esta semana decidi postar uma série sobre os altos e baixos dos judeus na Terra de Israel até a criação do Estado de Israel. 
A história é clara, o povo judeu sempre esteve em Israel. Passou por dominações, revoltas, construções e destruições. Foi sufocado, oprimido, liderado, enfrentou tentativas de imposição de religião e costumes, mas sempre se manteve fiel e em vários momentos, quando líderes apareceram, enfrentaram os tiranos e opressores com garra e coragem.
Vejam abaixo alguns dados interessantes de Vinte Séculos  de Vida Judaica na Terra de Israel.
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O século I foi marcado pelo domínio de Roma. Herodes ampliou o Templo de Salomão por volta de 20 d.C. e Tito mandou destruir o Templo por volta de 70 d. C. após quatro anos de revolta do povo judeu contra o domínio romano. Alguns fatos interessantes marcaram esta revolta: a Cidade Alta e a Montanha do Templo resistiram por nove meses. Em 9 de Av, mesmo dia da destruição da Babilônia, o Templo foi conquistado e destruído. A Cidade Alta, comandada por Eleazar, com cerca de mil soldados e suas família resistiram até 73 d. C., quando optaram pelo suicídio a caírem prisioneiros.

Durante o século II, devido a destruição do Templo, o Sinédrio mudou de Jerusalém para Yavne, o que tornou Yavne a principal cidade de visitação para judeus da Diáspora. Sob dominação grega e romana várias tentativas de helenizar os judeus foram feitas. Uma delas, a tentativa de construir um santuário para Júpiter nas ruínas do Templo, fez com que os judeus realizassem a heróica Revolta de Bar Kochba, bem sucedida com a conquista de Jerusalém e com mais uma tentativa de construção do Templo. Após três anos, a revolta foi sufocada, Jerusalém foi tomada novamente e seu nome foi mudado para Aelia Capitonia. Judeus só podiam visitar as ruínas do Templo uma vez por ano.

O Rabbi Yehuda Ha-Nassi formou a coletânea de costumes judaicos e antigas tradições (A Mishná) durante o século III. A função do Nassi  (título dados aos herdeiros diretos do Rei David e descendentes do Rei Iehoiahim, de Judá) começou logo após a destruição do Templo. Era o chefe do Sinédrio e sua autoridade era reconhecida até mesmo pelos romanos. Após a Revolta de Bar Kochba, o centro espiritual se transferiu para Usha, Beit-Shearim e Seffori (hoje Tzipori). Na metade deste século o centro voltou mais uma vez para Tiberíades. Foi neste século que várias Sinagogas com arquitetura de alto nível foram construídas, um sistema educacional de alto nível foi criado, e, a autonomia jurídica foi restabelecida. 

No século IV a cidade de Lod (Diacaesarea) era habita praticamente por judeus. Houve uma grande revolta por volta de 353 d. C. reprimida pelo general Gallus, o mesmo que destruiu os centros de ensino de Seffori e Lidda. Em 380, Teodósio proclamou o cristianismo como religião oficial do Estado, em 395, o império romano se dividiu e a Judéia passa a fazer parte do Império do Oriente. Em 399, com medo de perder ouro para o imperador do Oriente, Honório proíbe a contribuição que cada judeu dava na Itália para o Sinédrio, golpe sentido pela corte de Tiberíades.

O século V foi duro e difícil para os judeus na Palestina. Com o aumento de monges peregrinando pelas terras da Palestina, Sinagogas foram incendiadas e o judaísmo perseguido. O imperador Teodósio II retira a autonomia dos judeus na Palestina e proíbe judeus de ocuparem cargos públicos. Novas Sinagogas também não puderam ser construídas. O aumento de cristãos foi tão grande e sua influência tão forte sobre o imperador, que o judeus foram novamente proibidos de morar em Jerusalém e voltaram a poder visitar a cidade apenas uma vez por ano. Mas nem tudo neste século foi perdido, talvez pelo pouco controle das leis, Sinagogas foram construídas nas cidades de Tiberíades, Beit Shean, Nirim e a belíssima Sinagoga de Beit Alfa. A literatura judaica evoluiu mais ainda, neste século foi completado o Talmud Palestinense e obras como o Midrash Rabbá e o Midrash Tanhumá foram terminadas. 

(continua...)


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Chega de silêncio enquanto loucos pregam o anti-semitismo

Esta semana me deparei com uma criatura em um discurso anti-sionista e anti-semita. Tentei evitar a discussão, tentei argumentar de maneira ponderada, educada... mas a criatura sem argumentos sólidos apenas me incitou a criar este blog.
Pensei: Até quando vamos nos calar enquanto pessoas loucas negam o holocausto, discursam culpando judeus por seus problemas financeiros, intelectuais, morais e éticos?
Sempre que homens e mulheres de bem se calam, os tiranos fazem a festa.
Estamos numa época em que ataques a judeus na Europa e discursos revisionistas em países árabes caem na imprensa internacional tentando questionar ou colocar em dúvida a história.
Por anos líderes árabes roubaram seu próprio povo, oprimiram e usaram a guerra contra Israel como fator principal para desviar a atenção pública dos problemas reais que o povo em seus países enfrentava.
Vemos hoje manifestações em países árabes onde o povo não aguenta mais opressão, degradação do sistema financeiro e corrupção em seus governos.
O discurso anti-sionista e anti-semita não cabe mais para desviar a atenção da mídia sobre o real problema no Oriente Médio. Agora é chegada a hora de colocar em pauta as verdades dos governos corruptos e nada democráticos que tanto criticaram Israel.
Como este é o primeiro post, vou postar abaixo o link de um site muito interessante, com argumentos sólidos em defesa do Estado de Israel. Em breve comentarei outros assuntos.

Leiam, vale a pena.